Abacaxi
Sobre o abacaxi,
não há surpresas: se ele é encontrado com fartura no Brasil e sempre remete à
nossa terra, é porque tem suas origens aqui.
As formas primitivas da fruta são originárias das terras
brasileiras e se espalharam pelo continente americano provavelmente antes da
chegada dos europeus.
É por esse motivo que na maioria das línguas a fruta é
chamada de "ananas", que significa "fruta excelente" em
tupi guarani. O termo abacaxi, usado no português do Brasil, também se deriva
do tupi "iuaka'ti", que quer dizer "fruta cheirosa".
Nosso país ainda
é considerado a terra do abacaxi, sendo um dos maiores produtores da fruta no
mundo. No entanto, desde os anos 1990, cedeu os primeiros lugares da produção
mundial para a Tailândia, Filipinas e China. O Brasil ainda não domina todas as
técnicas que permitem maior produtividade das culturas asiáticas, ainda que
tenha uma área maior de cultivo da fruta.
Chamar o abacaxi de fruta, aliás, é apenas uma convenção:
botanicamente, é uma infrutescência, quer dizer, um agrupamento de frutos. Cada
gomo do abacaxi é, na verdade, um fruto originado do ovário de uma flor. Como
são aglomeradas em um eixo, formam uma estrutura compacta e parece uma fruta
única.
A variedade mais comum no Brasil
para o consumo doméstico é o PÉROLA, com sabor mais doce e menos ácido, e o
SMOOTH CAYENNE (também conhecido como HAVAÍ ou HAVAIANO), muito usado na
indústria por ser maior e ter sabor mais ácido.
O abacaxi tem
mais chances de estar doce quando está maduro. Para saber se a fruta está no
ponto, deve-se tentar retirar uma das folhas da coroa: se sair com facilidade,
é sinal de que está madura.
Também é indicado pressionar levemente a casca: se estiver
muito dura, maior a chance de ainda estar verde.
O abacaxi pérola é encontrado em
maior quantidade de setembro a dezembro. Já o havaiano, de dezembro a fevereiro.
Um estudo da
Queensland Institute of Medical Research da Australia mostrou que duas
moléculas da bromelina têm propriedades antitumorais. A bromelina é uma
substância presente no abacaxi, responsável por facilitar na digestão.
Estudos também sugerem que o uso terapêutico de suplementos
de bromelina também pode reduzir inflamação e coagulação excessivas, mas ainda
não foi testada a influência do consumo do abacaxi no dia a dia na prevenção
desses problemas.
A fruta também contém boa quantidade de celulose, que ajuda
na formação do bolo fecal e estimula o funcionamento do intestino —para isso,
deve-se consumir a fruta in natura ou tomar suco sem coar.
Alho
O alho é o ingrediente com o
sabor mais forte na família da cebola, do qual faz parte. Presente há pelo
menos 5.000 anos na dieta da humanidade, foi um importante item no cardápio na
antiguidade, no Egito, em Roma e na Grécia.
A alicina é
responsável pelo sabor forte e característico do alimento e pelo mau hálito que
surge após ingeri-lo. Sua “fama” foi registrada até mesmo pelo poeta romano
Horácio, que disse que "o alho poderia fazer um amante recusar o beijo de
outro e se retrair em um lado bem distante da cama".
Desde a Idade Média, porém, já se intuíam as propriedades
antimicrobianas do alho e seus efeitos positivos na saúde cardiovascular.
Acredita-se que o alimento, que teria surgido na Ásia, como
apontam grande parte dos estudos, chegou ao Brasil com as caravelas.
Escolha cabeças de alho redondas
e cheias evite aquelas com dentes
soltos, moles ou murchos. A parte exterior deve estar intacta e sem manchas e
os dentes, graúdos. Procure comprar a quantia suficiente para uma semana, e não
mais do que isso.
A melhor época para comprar alho
nacional é em dezembro e janeiro, e em setembro e outubro. Já o alho
estrangeiro tem melhor oferta de janeiro a julho.
Desde há muito
tempo, a ingestão de alho tem sido empiricamente associada ao fortalecimento do
sistema imunológico e à prevenção de doenças cardiovasculares.
Em certa medida, essas qualidades encontraram suporte em
vários estudos laboratoriais realizados na última década. Segundo eles, tais
propriedades provêm de alguns fitoquímicos, da arginina que modula a função dos
linfócitos T (células importantes que compõe a defesa imune do organismo), e a
alicina, que também estimula a proliferação e a diferenciação de células do
sistema imunológico.
Também em estudos laboratoriais, verificou-se que o alho
contém outras substâncias ativas que proporcionam ação expectorante,
antisséptica, bactericida e anticoagulante que, em tese, poderiam reduzir a
possibilidade de eventos cardiovasculares.
Estudos clínicos, contudo, ainda não foram conclusivos no
sentido de comprovar, na prática, os potenciais efeitos sugeridos por pesquisas
experimentais.
Por exemplo, os vários estudos clínicos que examinaram a
relação entre ingestão de alho e morbidade e mortalidade cardiovascular
permanecem inconclusivos.
Por outro lado, embora estudos preliminares apontem para uma
relação positiva entre consumo de alho e menor incidência de certos tipos de
câncer como de estômago e do intestino, estudos com maior profundidade ainda
não foram realizados.
Em que pesem as dúvidas, os potenciais benefícios são tantos
que diante da ausência de contra-indicações não se pode criticar quem garanta
em seu cardápio um alho por dia.
Quanto ao melhor aproveitamento de seus benefícios, todos
parecem concordar que o consumo do alho in natura leva vantagem — não há dúvida
de que seus efeitos se perdem nas preparações em pó, em molhos ou em temperos
prontos.
Couve- flor
A couve-flor,
assim como a couve comum, descende do repolho selvagem, originário da Ásia
Menor. Algumas pesquisas indicam que a couve-flor evoluiu do brócolis, que é da
mesma família das couves e repolhos, as crucíferas.
Diferentemente da maioria de seus familiares vegetais, ela é
branca. Isso acontece porque suas folhas recobrem as flores quando essas
começam a crescer. Por não ficarem expostas à luz solar, não há produção de
clorofila, que dá cor verde às plantas.
Junto com o
brócolis, a couve-flor era consumida na região do Mediterrâneo desde a
Antiguidade, mas desapareceu das mesas européias com o início do declínio do
Império Romano, para reaparecer na Idade Média.
A volta da couve-flor e do brócolis à Europa se deu a partir
do contato com os povos vindo do Oriente Próximo e Médio. Especula-se que, no
caminho de volta, a couve-flor tenha passado pelo Chipre —até o século 16, na
Inglaterra, era chamada “repolho do Chipre”. Nessa época, ganhou popularidade
na França, e a partir daí, no resto do continente.
Muito apreciada pelos italianos,
foram eles que disseminaram o cultivo e o consumo da couve-flor no Brasil,
quando emigraram para cá, no século 19.
A principal
diferença entre os tipos de couve-flor comumente encontrados no mercado é a cor
das flores; assim, temos a COUVE-FLOR BRANCA, a CREME e a AMARELA.
Recentemente, surgiu uma nova variedade, mutação da branca,
desenvolvida por uma empresa dinamarquesa, a COUVE-FLOR ROXA. Embora rara, pode
ser encontrada em alguns estabelecimentos mais sofisticados.
Procure os exemplares com a
“cabeça” compacta, de cor uniforme, sem manchas escuras. Os mesmos cuidados
devem ser tomados com a couve-flor roxa.
Se as flores
estiverem envolvidas pelas folhas, estas não devem estar murchas, e sim verdes
e viçosas.
Quando a “cabeça”
da planta fica dividida, murcha e com pontos escuros, e as flores começam a se
soltar, a couve-flor já está velha.
A couve-flor pode ser encontrada
o ano todo, mas a oferta aumenta entre os meses de maio a outubro. De janeiro a
abril atinge os preços mais altos.
Os vegetais da
família das crucíferas, como a couve-flor, contêm substâncias antioxidantes que
podem reduzir o risco de vários tipos de câncer, especialmente os de pulmão, de
cólon, de mama, de ovário, de próstata e de rim.
O consumo frequente de crucíferas foi associado a menor
concentração do aminoácido homocisteína, no sangue. A alta concentração
sanguínea desse aminoácido é um fator de risco para doenças cardiovasculares.
Substâncias encontradas na couve-flor também demonstram a
capacidade de diminuir a taxa de açúcar no sangue, auxiliando o controle do
diabetes.
A vitamina C, que também tem ação antioxidante, é importante
para proteger o organismo de infecções, manter a saúde de ossos, cartilagens e
mucosas e facilitar a absorção de ferro.
A vitaminas B5 e B6 da couve-flor também contribuem para o
bom funcionamento do sistema imunológico, além de atuarem na modulação dos
receptores de hormônios no organismo.
A vitaminas B9 (folato ou ácido fólico) é essencial para a
produção do material genético e previne más-formações fetais.
A vitamina K ajuda a regular os processos de coagulação do
sangue, tanto estimulando quanto inibindo a coagulação.
*Fonte: Enciclopédia da Nutrição - Nestle.