sexta-feira, 1 de junho de 2012

Alimentos do mês de junho - Canela, Gengibre e Damasco


Canela

Uma das especiarias mais antigas de que se tem notícia, a canela é originária do Sri Lanka, da Birmânia e da Índia. O nome provavelmente vem da palavra indonésia “kayu manis”, “madeira doce” — para o aroma e o paladar.
A consagração da canela como ingrediente gastronômico pode ser observada já no século 16: nessa época, ela figurava em 67% de todas as receitas registradas na França.
No Brasil, a canela, como outras espécies de plantas originárias da Ásia, foi trazida pelos portugueses. Provavelmente foram os missionários jesuítas os primeiros a cultivar a árvore por aqui. Hoje em dia, a árvore da canela é cultivada em todos os países banhados pelo Oceano Índico, no Brasil, nas Antilhas e nas Guianas.
Apesar de ser consumida em quantidades bem pequenas, a canela possui algumas substâncias antioxidantes em concentração bem elevada, o que faz com que, mesmo em pequenas porções, a especiaria contribua para o aporte total desses compostos.
Entre os antioxidantes mais importantes da canela estão as proantocianidinas, que contribuem para evitar a oxidação das gorduras no sangue, ajudando a diminuir o risco de doenças cardiovasculares.
A canela também é rica em cinamaldeído, um composto fenólico que tem propriedades antimicrobianas e que, em estudos de laboratório, demonstrou capacidade de diminuir a atividade de uma enzima associada a reações inflamatórias e alérgicas.
Alguns estudos recentes, ainda não conclusivos, apontam um potencial da canela em diminuir o nível de glicose no sangue de pessoas com diabetes tipo 2, efeito que pode estar associado às substâncias antioxidantes da especiaria. Estas poderiam contribuir ainda para o controle das taxas de colesterol e de açúcar no sangue.
A canela também é rica em manganês, um mineral que atua junto com diversas enzimas para facilitar os processos metabólicos e tem uma ação antioxidante.

Gengibre

O gengibre foi uma das primeiras especiarias do Oriente a entrar na Europa, trazida por mercadores árabes por volta do século 1 a.C. Pouco depois, já fazia parte dos tratados medicinais dos antigos estudiosos gregos e romanos, que mencionam suas propriedades depurativas e o seu uso como antídoto a venenos.
Os portugueses trouxeram a planta para o Brasil pouco depois do Descobrimento. Adaptou-se tão bem por aqui que alguns naturalistas europeus, em suas viagens científicas, acreditaram ser uma planta nativa, já que era comum encontrar o gengibre em seu estado silvestre.
A parte da planta que tem uso alimentar ou medicinal é o rizoma, seu caule duro e subterrâneo. Seu chá é considerado, pela tradição popular, como medicamento contra gripes e resfriados. Outro uso popular é misturar o gengibre ao aguardente, no famoso quentão servido nas festas juninas no Brasil.
O gengibre tem várias substâncias antioxidantes, que podem reduzir o risco de vários tipos de câncer, e ter efeito antiinflamatório.  Alguns desses compostos do gengibre não são prejudicados pelo calor — em alguns casos, o cozimento pode até aumentar a sua atividade antioxidante.
O composto ativo que dá o gosto picante ao gengibre, o gingerol, além de ser antioxidante e antiinflamatório, tem um efeito anti-emético – isto é, capaz de aliviar sintomas de enjôo e náuseas.
Seu principal nutriente, o magnésio, contribui para o bom funcionamento do sistema de defesas do organismo, ajudando a prevenir infecções, além de ser um mineral importante para o desenvolvimento dos ossos e dentes.

Damasco

Parente próximo da ameixa, o damasco fresco lembra muito um pêssego. A diferença mais visível é a cor, laranja. Por dentro, tem a polpa um pouco menos suculenta do que a do pêssego, e um gosto mais azedinho. Também difere do pêssego por ser, na versão fresca, raro no Brasil.
O damasco seco, no entanto, pode ser encontrado o ano todo no país. Também é conhecido como damasco turco — a Turquia é o maior exportador mundial do produto.
Embora o Brasil não tenha as condições climáticas necessárias para o cultivo do damasco, a versão seca é bastante apreciada. Provavelmente, o gosto foi difundido pela grande população de descendentes de sírio-libaneses que imigraram para o país. No Oriente Médio e na chamada “comida árabe”, o damasco seco é um ingrediente muito valorizado e utilizado tanto em receitas doces quanto salgadas.
O damasco é muito rico em carotenóides, como o betacaroteno. A ação antioxidante dessas substâncias está relacionada à prevenção de doenças do coração e de alguns tipos de câncer, como o de próstata.
A alta quantidade de provitamina A e carotenóides também protege a visão, diminuindo o risco de doenças relacionadas ao envelhecimento como a degeneração macular, que leva à cegueira.
No damasco seco, o grande volume de fibras por unidade ajuda a combater a constipação intestinal. A ingestão de fibras também é importante na prevenção de doenças como câncer de cólon e no controle do colesterol.
É boa fonte de ferro para os homens, e fonte para mulheres, que precisam de uma maior quantidade do mineral. Também é fonte de fósforo, magnésio, potássio, vitaminas B3 e B5. Para mulheres, também é fonte de vitamina K.


* Fonte: Nestlé faz bem – enciclopédia de nutrição.

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