Figo
Simbolicamente, podemos
dizer que o figo existe desde o início dos tempos, já que sua árvore, a
figueira, é a primeira planta descrita na Bíblia, no livro do Gênesis.
O cultivo do
figo foi introduzido no México e no Brasil no século 16, pelos colonizadores
espanhóis e portugueses, respectivamente.
A variedade figo
Roxo foi introduzida no Brasil em 1900, por um imigrante italiano, na cidade de
Valinhos, em São Paulo. Os italianos ali estabelecidos iniciaram a produção
comercial de figo e a variedade ganhou o sobrenome da cidade. O figo Roxo de
Valinhos é a única variedade comercial produzida no Brasil, e uma das vinte
principais frutas exportadas pelo país.
Procure figos
com predominância de tons de roxo na casca. Ele é naturalmente macio, mas não
deve estar desmanchando.
Descarte figos
com marcas na casca ou com um dos lados achatados. Se exalar um odor acre, o
figo já está se deteriorando.
No figo, o
enrugamento da pele e a pequena abertura sinalizam que está no ponto ideal para
ser consumido. A abertura deve mostrar um tom que vai do vermelho ao vinho. Se
estiver esverdeada, o figo não está bom.
O pó azulado que
recobre a casca do figo é sulfato de cobre, usado para prevenir a ferrugem em
figueiras. Usado nas quantidades estabelecidas por lei, não é tóxico.
No Brasil, a safra
de figo vai de novembro a março, atingindo o auge em dezembro, quando são
encontrados os exemplares mais saborosos e mais em conta.
O figo contém
algumas substâncias antioxidantes, como os carotenóides, que têm uma ação
preventiva no desenvolvimento de certas doenças, como as cardiovasculares e
alguns tipos de câncer. Essas substâncias se encontram principalmente na casca
do figo, e de forma mais concentrada no figo seco.
No figo seco, o
cálcio, embora não seja tão bem aproveitado pelo organismo quanto o cálcio dos
alimentos de origem animal, é importante para a formação de ossos e dentes e
para a manutenção da massa óssea, ajudando a diminuir o risco de osteoporose.
O potássio ajuda
a regular a pressão arterial e facilita as contrações musculares. Depois de
atividade física intensa, é útil para repor o mineral perdido.
O beta caroteno,
o manganês, o magnésio e o cobre também têm ação antioxidante e, entre outras
ações, melhoram a atividade do sistema imunológico.
As fibras
alimentares contribuem para o bom funcionamento do aparelho digestivo, diminuem
o risco de câncer do cólon e ajudam a normalizar os níveis de colesterol e
glicose no sangue.
O figo também
contém uma quantidade razoável de oxalatos. Essas substâncias são produzidas
naturalmente em plantas e animais. No organismo humano, se atingem
concentrações elevadas, podem estar associadas a formação de cálculos renais ou
da vesícula biliar.
Pimentão
Quando se fala
de pimentão, a polêmica é eterna. Alguns adoram seu sabor proeminente, que
sempre se sobressai em um prato. Outros não podem sentir o cheiro.
O fato é que as
variedades de pimentão são usadas e apreciadas em todo o mundo, por seu sabor
semelhante ao das pimentas, mas sem a ardência delas.
Espanhóis e
portugueses se incumbiram de espalha-las no continente europeu e em outras
partes da América e, por ser um vegetal versátil e adaptável a diversos climas,
o cultivo se expandiu rapidamente em todo o Mundo.
O pimentão
também se adaptou bem a diversas cozinhas: é bastante usado na culinária brasileira
e portuguesa, na italiana e na mexicana. Na Europa, é seco para dar origem à
páprica, um condimento muito usado em cozidos típicos do leste europeu, como o
húngaro Goulash.
Os maiores
produtores de pimentão são a China, Turquia, Romênia e México.
No Brasil, há
três variedades mais comuns de pimentão, o verde, o vermelho e o amarelo.
Ao escolhê-los,
descarte os que apresentam machucados ou áreas escuras e fique com os que têm
cor viva e pele lisa.
O talo deve
estar verde e o legume deve ser pesado para seu tamanho e firme — ao pressionar
os dedos, não deve ceder.
Os pimentões são
encontrados em melhor qualidade e quantidade de outubro a janeiro.
O pimentão é uma
excelente fonte de vitamina C — fundamental para o sistema imunológico — e,
quando maduro, é uma boa fonte de vitamina A — importante para a saúde dos
ossos, da pele, da visão e do sistema reprodutivo. Vitamina C é um poderoso
antioxidante que ajuda a combater radicais livres responsáveis por agredir
células saudáveis.
O pimentão
vermelho ainda contém licopeno, uma substância aparentemente relacionada a
menor incidência de câncer de próstata, de colo de útero, de bexiga e de
pâncreas.
Apesar de tantos
benefícios, é preciso cuidado. Resultados recentes do Programa de Análise de
Resíduos Agrotóxicos em Alimentos da Anvisa apontaram que o pimentão é o
alimento com maior índice de agrotóxicos, com 65% das amostras com índices
insatisfatórios.
Para evitar
problemas, é preciso lavá-lo muito bem, com uma esponja, antes de consumi-lo.
Quinua
Uma das raras
plantas que se desenvolve nas terras inóspitas dos Andes, a quinua era
cultivada pelas civilizações indígenas que lá reinavam antes de serem
conquistadas pelos colonizadores espanhóis.
Os incas
consideravam a planta como sagrada e a chamavam “grão mãe” ou “grão de ouro”.
Por muito tempo, foi a principal fonte de proteína dos povos andinos do Peru,
Chile e Bolívia.
A busca por uma
alimentação mais saudável elevou a quinua à categoria de superalimento. A FAO,
órgão das Nações Unidas para agricultura e alimentação, qualifica a quinua como
um dos alimentos mais completos que existem.
De fato, o grão
é ótima fonte de proteínas de alta qualidade, contém gorduras poli-insaturadas,
consideradas as mais benéficas para a saúde, tem baixo índice glicêmico e
oferece uma boa quantidade de micronutrientes (vitaminas e sais minerais).
A QUINUA REAL é
considerada a de melhor qualidade. Com grãos maiores, só é cultivada na
Bolívia.
QUINUA EM GRÃOS
é utilizada em sopas, saladas ou servida como outros cereais (arroz, por exemplo).
Já a QUINUA EM
FLOCOS e a FARINHA DE QUINUA são usadas para o preparo de massas, pães e bolos.
A oferta de
quinua no Brasil ainda não é grande, mas ela já pode ser encontrada o ano todo.
A quinua é uma
fonte completa de proteínas de origem vegetal. Ela oferece aminoácidos
essenciais — que só são obtidos através da alimentação — de forma equilibrada.
Também contem as
gorduras essenciais ômega 3 e ômega 6, que diminuem o nível de colesterol
“ruim” (LDL) no sangue, ajudando na prevenção de doenças cardiovasculares.
Sua grande
quantidade de fibras também traz esse benefício, além de regular o
funcionamento do intestino e prevenir certos tipos de câncer, como o de cólon.
Como a quinua
pura e de boa qualidade (isto é, não misturada a grãos ou outros cereais) não
contém glúten, é uma boa fonte de alimentar de carboidratos para pessoas com
doença celíaca, que não podem ingerir glúten.
É fonte de
vários sais minerais: ferro, essencial para o transporte de oxigênio e formação
de glóbulos vermelhos no sangue; fósforo, que é o mineral mais abundante no
organismo depois do cálcio, tem papel fundamental na saúde de ossos e dentes e
auxilia a regeneração de tecidos; magnésio, que contribui para o bom
funcionamento do sistema imunológico e é importante para o desenvolvimento dos
ossos e dentes; selênio, que tem ação antioxidante, ajudando na prevenção de
várias doenças crônicas, e é importante para o bom funcionamento da tireóide;
zinco, também fundamental para o sistema de defesas do organismo e para a
fabricação do material genético.
Também é rica em
vitaminas do complexo B, que garantem a produção de energia pelo organismo e o
bom funcionamento do sistema nervoso, entre outras coisas.
*Fonte: Enciclopédia de Nutrição - Nestlé